Se te
disser que não escrevo mais uma linha,
nem faço mais um desenho em fonemas
sem ser
ungida pela água benta
que
escorre da tua boca
por entre
as tuas pernas,
espessa,
se a tua
pena não titubear
uma ou outra letra?
Algures a montante do meu horizonte
existirá uma droga inspiradora
apesar da tua apatia,
um vocábulo que corra por mim acima
sem que eu sonhe com a tua risa,
um
mundo onde não sejas
mão-de-obra
e matéria-prima,
um não-lugar hipotético e
patético
onde
simplesmente inexistas
e que, por
isso mesmo,
me desinteressa.
Algures uma sede que pode ser saciada
uma mancha que pode ser apagada
uma fome que pode ser satisfeita
uma voz passível de ser silenciada.
Nenhuma será minha.
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