sexta-feira, julho 27, 2012

rubor invisível

hoje dei por mim:

- a caminhar encostada aos azulejos do metro
para que me arrefecessem a pele dos meus ombros
e, arrepios vítreos

- a tocar ao de leve com as plantas dos pés na erva
para que me fizesse cócegas frescas,
pois mais parecia que caminhara sobre piso em brasa

- a inspirar fundo o odor do centro de arte moderna,
que sempre adorei, e a contemplar, no bar,
as fatias douradas

- a monologar com patos (adultos e crias)

jurei:

- não esquecer nada

- resolver tudo

- ter calma

- percorrer um trajecto rectilíneo e seguro

cometi perjúrio.
devia estar mesmo muito encalorada.

2 comentários:

dulce disse...

Gosto tanto da tua escrita. Especialmente este!!

Catarina Santiago Costa disse...

Muito e muito obrigada. E tu, escreves?