sexta-feira, dezembro 10, 2010

Carne e osso

Se isto der para o torto
e um dia eu não for mais que uma alma penada
não ajas como se não se passasse nada
revolta-te, chora
e exige ao destino o meu regresso
E não sejas reservado
- quero ouvir e ver o teu nojo do outro lado
Cerra os punhos e esmurra o chão
com máxima indignação
impregna as minhas fotografias com lágrimas
até o sódio corroer a emulsão
Desce a Rua da Saudade
Mais a da Atalaia
sustém-te nas Portas de Sto. Antão
fita as encostas das nossas colinas
e lembra-te de que eu era como elas
- de que eu era elas -
grita que não me perdoarás os hífenes e as gralhas
até eu estar
de carne e osso
ao teu lado deitada

2 comentários:

Anônimo disse...

Back to life!!!! parabéns ! Está lindo! Maria João da Camara(colega da escrita da escrever, caso não te lembres!)

Catarina Santiago Costa disse...

Como poderia esquecer-me... Muito obrigada, João, e Feliz Natal!