quarta-feira, dezembro 22, 2010

Templo

o coração já não batia
mas o relógio ainda tiquetava
nesse dia em que envelheci vinte anos
de uma penada
enganada que fui
- ou que andava -
por um tempo
que me interrogo se será criança
ou um velho de barba

não questionei o valor da vida
das coisas
se somos realmente livres
felizes
não reclamei de nada

a lágrima, essa sim, rolava
pelo meu rosto sem atrito
provavelmente inexpressivo
que reflectia uma alma embebida em tristeza resignada

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